Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Tempo de samba

De tempos em tempos eu me preocupo com o futuro. Vejo surgirem novos modismos como o axé, o pagode, o funk, a lambada e sempre que isso acontece, parece que se esquecem do velho e tradicional samba. Fico vendo os velhos resistindo, os verdadeiros amantes das nossas raízes, tentando manter a chama acesa, mas fica aquele medo de a chama se apagar, findada a vela.

Minha esperança, portanto, sempre se renova quando eu vejo gente jovem preocupada em não deixar a peteca cair. E fazendo samba de qualidade, samba de raiz. Samba verdadeiro. É com prazer que eu vejo o sucesso de Tereza Cristina, sempre lotando as casas da Lapa como o Carioca da Gema ou o Estrela da Lapa. E com Tereza Cristina, o inseparável Grupo Semente. E à sua frente, empunhando o pandeiro, Pedro Miranda.

E é justamente o CD solo de Pedro Miranda o maior exemplo dessa luta pela sobrevivência do samba. Seu disco, Coisa com coisa, resgata vários estilos da nossa música mais verdadeira. Tem sambas de gente tradicional como Zé Ketti ou Heitor dos Prazeres e sambas de gente mais nova como Teresa Cristina. Tem até uma belísima valsa de Braguinha.

É, verdadeiramente um disco de resistência, desses que não vão vender nada, já que não vai encontrar espaço na mídia, sedenta pelo jabá. Mas é um disco necessário, que nos lava a alma. Como o são os discos de Pedro Paulo Malta & Alfredo Del-Penho, o de Ana Costa e o de Roberta Sá.

Parece até profecia de Nelson Sargento. O samba, agoniza, mas não morre. Alguém sempre lhe socorre. Ainda bem!


8 comentários:

Anônimo disse...

o carnaval de rua do rio tá cada vez melhor! ontem fui ao bloco do Carioca da Gema e tava lá o Pedro puxando samba, ao lado da Ana Costa e do Moyseis Marques, cantor que vai acontecer este ano ainda, com seu primeiro CD. Aliás, eu sou de um conjunto que vc precisa conhecer: Arranco de Varsóvia. Nós tb só cantamos samba, samba do bom! Sou suspeita, mas vc há de me dar razão! bjs

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Andrea,

Tenho dois discos do Arranco de Varsóvia. Samba de Cartola e Na cadência do samba, onde vi, agora, no encarte, que você participa (quem é você, na foto?). E em homenagem ao seu comentário, jantamos ouvindo este disco.

Anônimo disse...

Oi Arnaldo,

onde tu achou o disco "Cachaça Dá Samba"? Estou louco atrás disso aí!

Ah, vale citar também o Moacyr Luz. Embora ele não seja tão jovem, tampouco é velho. Não chegou ainda aos 50 e tá produzindo como poucos. Acabou de lançar um CD monumental com Marçalzinho e virá fazer o show em Campinas, no Tonico's, em abril.

Outra: a dúvida sobre as "categorias" do blog. É fácil. Mas é melhor eu te explicar com mais calma e detalhadamente. Faço isso depois do Carnaval.

abç

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Bruno,

Cachaça dá samba? Que disco é esse? Não sei.

Sobre o lance das categorias, já consegui colocar, lá no fim do blog. Aliás, esse blogger novo tá me enchendo o saco. Mais aos poucos eu vou me entendendo com ele.

Anônimo disse...

Pedro Paulo Malta e Alfredo Del Penho gravaram um disco chamado "Cachaça dá Samba", onde cantam apenas sambas que falam de cachaça. Pensei que estivesse se referindo à ele. A capa do CD é ótima.

abç

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Pois é, Bruno. Eu achei que Cachaça dá Samba era só o nome de um show que eles fizeram, mas realmente, lançaram mesmo um CD. Vi essa informação neste site que parece ser interessante.

O CD que eu tenho chama-se dois bicudos (nome de um samba do cartola que eu não conhecia). Nesse disco eles resgatam aquela coisa de antigamente, das duplas masculinas cantando samba. Tipo Chico Alves e Mário Reis, que eu gosto muito.

Anônimo disse...

poxa, estou honrada com a deferência! eu sou a ultima da foto da contracapa e a de cabelo vermelho na fotinho pequena. Muito bom saber que vc gosta do Arranco. Muito mesmo! Qdo vier ao Rio, avise. bj pra vc

Arnaldo Heredia Gomes disse...

OK, Andrea.

Quando eu for ao Rio, te aviso. É bom mesmo, pois nunca sei, exatamente, onde ir pra ouvir um bom samba.

Aliás, como é que eu te aviso?