Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

A Estrela Davi

Viemos há 5 anos para Valinhos. Apesar de ser uma delícia para se morar, limpa, sem trânsito, barulho, violência, a cidade não nos oferece praticamente nada em termos de lazer e ao que estávamos acostumados em São Paulo. Não tem cinema nem livraria. Os bares e bons restaurantes se contam com os dedos de uma mão. Por isso mesmo, foi natural, desde o começo, irmos para Campinas com muita freqüência. Às vezes, todos os dias da semana. Valinhos é tão perto que parece um bairro de Campinas, principalmente pra nós, acostumados com as distâncias paulistanas.

No início, meio perdidos, sem amigos, sem conhecer os lugares, começamos a freqüentar o ambiente dos Shopping Centers e os bares do tipo dos que há na Emílio Ribas. Não era a nossa cara. Por causa do Cine Paradiso, descobrimos o centro, depois Barão Geraldo e depois os distritos de Sousas e Joaquim Egídio. E nestas andanças, descobrimos uma profusão de bons músicos apresentando-se em todos os cantos da cidade. Isso nos encheu de alegria, amantes da boa música que somos.

Tudo começou no Tonico’s boteco, onde conhecemos o Chega de Demanda. Nem sei se o grupo existe ainda, mas através dele, acabamos conhecendo o núcleo de sambistas do Cupinzeiro. E aos poucos fomos conhecendo muito mais músicos bons. O Quarteto de Cordas Vocais (QCV), Jorge Matheus, Grupo Bons Tempos, Anderson e Marcelinho, Janice (Zíngaro Trio), Pezão, Tatiana Rocha e muitos outros mais. Muita gente boa. De qualidade, mesmo.

Gostamos de todos estes músicos, mas temos uma queda especial pela cantora Adriana Davi.

Conhecemos a Adriana no Deck Sousas (não gosto muito do novo nome, Bar da Praia). Ela se apresentava, naquela ocasião, com o Fernando Siqueira (outro craque) e ficamos fascinados com sua voz e interpretação. E de lá pra cá, Adriana só fez melhorar. Sua técnica, seu repertório, sua versatilidade. É sempre uma delícia ouvi-la. Seja acompanhada de Adriano Dias, Fernando Baeta ou Albano Sales, Adriana se adapta. Se adapta e brilha.

Ela tem muitos recursos vocais e se coloca muito bem no palco. Aliás, o palco é seu lugar. É nele, que do alto de seus pouco mais de um metro e meio, transforma-se numa gigante. Só mesmo Adriana é capaz de nos fazer ir a um bar odiável como o Fran’s Café. Só pra vê-la cantar é que deixamos de ir a um show do Monarco em Campinas.

É nossa cantora preferida.


6 comentários:

Unknown disse...

Lindo texto, lindo registro!

No GoEar botei um link para Adriana cantando uma música do Adriano Dias chamado Som Distante, vale a pena vc ouvir.

Ah, e pensarei seriamente em seu convite para o reveillon. Pensarei seriamente mesmo.

abraços.

Anônimo disse...

Nenhuma palavra neste momento. Apenas lágrimas de profunda gratidão. Vocês, para mim, são referenciais de família, de bom humor, de companheirismo, de receptividade, de amizade mesmo. E ofereço o que melhor sei fazer (minha música) como agradecimento a tanto carinho que dão para mim e Adriano.

Anônimo disse...

Amigos demostrando um carinho com cerveja ou com vinho, faz a vida sair da fossa... então o que é amizade se remoça, coisa nossa, muito nossa...
O samba a prontidão e outras bossas são nossas coisas, são coisas nossas!
(adriano Dias)

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Adriana

Cuidado para não molhar o teclado. Pode dar um curto-circuito.

E não caia nessa lorota de referencial de família. Não se esqueça do que já disse o Chico Buarque:

Procurando bem, todo mundo tem pentelho. Só a bailarina que não tem.

Anônimo disse...

Dris,

Vocês são super queridos, e sabem disso... Você, com sua bela voz e Adriano, com seu violão (criativo, surpreendente, bem tocado) são sempre bons de se ouvir!

Somos "referência" de nada, não... De perto, somos absolutamente anormais (o que, na minha concepção, é normal!).

bjão,
Clé

Anônimo disse...

GRAU DEZ
Lamartine Babo & Ary Barroso
(1935)


A vitória há de ser tua, tua, tua
Morenininha prosa
Lá no céu a própria lua, lua, lua
Não é mais formosa
Rainha da cabeça aos pés
Morena eu te dou grau dez!

O inglês diz "yes, my baby"
O alemão diz "iá, corração"
O Francês diz "bonjour, mon amour"
Très bien! Très bien! Très bien!

O argentino ao te ver tão bonita
Toca um tango e só diz "Milonguita"
O chinês diz que diz, mas não diz
Pede bis! Pede bis! Pede bis!