Quem vive confortavelmente, às vezes, tem dificuldade em perceber que há miséria no mundo. São pessoas, por exemplo, que acreditam que o programa Fome Zero não faz diferença na vida de quem o recebe. São pessoas que gastam o valor que o governo paga a estas pessoas, numa noite de terça-feira, numa pizzaria de segunda categoria. Enfim, pessoas como eu ou como você que está me lendo, que tem computador em casa, tem acesso à internet.
Enfim, algumas pessoas que levam uma vida como a nossa, não percebem que existe gente que passa fome, por mais que esteja vendo nos cruzamentos, nos semáforos de São Paulo, meninos pedindo esmola e meninas se oferecendo nas avenidas das capitais nordestinas. E tem gente, que é como eu e como você, mas que percebe tudo isso e não liga. Gente que acha que isso não é problema seu. Gente que acredita (alguns, sinceramente) que o mundo é assim mesmo, que deus quis assim.
Pois saiba, meu amigo, que esse mundo de miséria existe sim. Existe no Brasil e no resto do mundo. Existe em países miseráveis, em países ricos, mas injustos e até em países do chamado primeiro mundo. Existe miséria em todos os lugares. E há lugares em que só existe miséria.
É num lugar como este que se passa a história do filme O céu de Suely, de Karim Aïnouz. Neste filme, desde a protagonista, Hermila Guedes até o bebê, Mateus Alvez, são marinheiros de primeira viagem. A exceção fica com a atriz Marcélia Cartaxo, protagonista estreante de A hora da Estrela, em 1985.
O filme, belíssimo, tem como tema subliminar a necessidade de fuga. Fuga da miséria, fuga pra não sei onde, fuga para o lugar mais longe que exista. Não importa o nome do lugar. O filme mostra como é possível não se conformar com uma situação que parece imutável. Como é necessário reconhecer que a vida pode ser muito melhor do que a que temos. Como é importante buscar nosso caminho e a nossa felicidade.
Enfim, algumas pessoas que levam uma vida como a nossa, não percebem que existe gente que passa fome, por mais que esteja vendo nos cruzamentos, nos semáforos de São Paulo, meninos pedindo esmola e meninas se oferecendo nas avenidas das capitais nordestinas. E tem gente, que é como eu e como você, mas que percebe tudo isso e não liga. Gente que acha que isso não é problema seu. Gente que acredita (alguns, sinceramente) que o mundo é assim mesmo, que deus quis assim.
Pois saiba, meu amigo, que esse mundo de miséria existe sim. Existe no Brasil e no resto do mundo. Existe em países miseráveis, em países ricos, mas injustos e até em países do chamado primeiro mundo. Existe miséria em todos os lugares. E há lugares em que só existe miséria.
É num lugar como este que se passa a história do filme O céu de Suely, de Karim Aïnouz. Neste filme, desde a protagonista, Hermila Guedes até o bebê, Mateus Alvez, são marinheiros de primeira viagem. A exceção fica com a atriz Marcélia Cartaxo, protagonista estreante de A hora da Estrela, em 1985.
O filme, belíssimo, tem como tema subliminar a necessidade de fuga. Fuga da miséria, fuga pra não sei onde, fuga para o lugar mais longe que exista. Não importa o nome do lugar. O filme mostra como é possível não se conformar com uma situação que parece imutável. Como é necessário reconhecer que a vida pode ser muito melhor do que a que temos. Como é importante buscar nosso caminho e a nossa felicidade.
2 comentários:
Adorei o filme, especialmente por ter rostos novos, diferentes, autênticos; o delicioso sotaque nordestino, nas falas de cada um; a fotografia; a trilha sonora; a simplicidade, a autenticidade, a possibilidade de reflexão... "Quanto é a passagem pro lugar mais distante?"
Saiu na Folha (Ilustrada) de ontem:
São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2006
"O Céu de Suely" vence 28º festival de cinema de Havana
DA REPORTAGEM LOCAL
O filme brasileiro "O Céu de Suely", de Karim Aïnouz, foi escolhido o melhor da 28ª edição do Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, encerrada ontem, em Havana. O trabalho da atriz Hermila Guedes, intérprete da protagonista, também foi premiado.
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