Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

O samba deles

Gosto muito de música, de quase todo tipo, desde que seja honesta e que tenha qualidade. Mas a música que me emociona mesmo é o samba. O samba de raiz, o samba de terreiro, o samba feito por gente que é do ramo, que não busca a fama, que não vai na onda. O samba me tira do sério, me faz chorar, me dá arrepios. O samba me completa e eu não conseguiria viver sem samba, embora conseguisse viver só com ele. Mas, felizmente, também há o jazz, o bolero, a música clássica, o rock e, sobretudo, ainda bem que existe o tango.

Ultimamente, acho que o tango é a música que eu mais tenho ouvido depois do samba. Talvez isso tenha a ver com minha paixão pela cidade de Buenos Aires, que, aliás, já está virando um vício. Descobri, ao longo do tempo, que tango é muito mais que Gardel e Piazzolla. Descobri Roberto Goyeneche, Aníbal Troilo, Maria Graña e muita gente mais. Na Argentina, há uma infinidade de artistas ligados ao tango. Gente antiga e gente nova. Gente viva e gente morta. Há quem faça um tango moderno e há quem não deixe o tango tradicional morrer.

Viajamos pra Buenos Aires em julho e compramos muitos CDs de tango. Foi aqui no Brasil, entretanto, que comprei um CD fantástico. Só voz e piano. Voz e piano brasileiros! Trata-se de Tango, com Bibi Ferreira e Miguel Proença. Lançado pela gravadora Biscoito Fino, o disco traz tangos tradicionalíssimos, executados com um esmero impressionante. O consagrado pianista, mais do que acompanhar a cantora, exibe uma intimidade com esta música que não fica atrás de nenhum artista porteño. Uma das intérpretes mais emotivas que eu conheço, Bibi Ferreira, exibe uma pronúncia impecável.



Iremos pra lá, novamente, no mês que vem e, certamente, compraremos muitos outros CDs. Além do mais, por aquelas bandas, o preço dos discos e livros é bem mais baixo do que aqui. Por que não juntar a fome com a vontade de comer? Ademais, tem a carne argentina. Aí, não dá pra resistir!

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