Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Música Sagrada

A Biscoito Fino não surgiu no mercado para brigar com as multinacionais. Nada disso. Mesmo porque, esta briga seria inglória. A missão da gravadora, uma sociedade da cantora Olívia Hime com Kati Almeida Braga, dona do Banco Icatu, era criar um selo que abrigasse nomes da música brasileira, sobretudo aqueles que não encontram guarida sob o guarda-chuva das grandes gravadoras. A idéia inicial foi de reunir um cast de artistas de qualidade, mas de pouco apelo comercial. Surpreendentemente, juntamente com este tipo de artista, os grandes nomes da MPB vêm se integrando ao seu catálogo. É o caso de Chico Buarque e de Maria Bethânia, cuja gravadora anterior, a Sony & BMG, a dispensou, argumentando que não havia mais interesse em tê-la como contratada. Que coisa mais selvagem e burra!

Enfim, melhor para Maria Bethânia e melhor para a nossa música.

Mas além de lançar novos discos, a Biscoito Fino tem o trabalho muito importante de relançar discos que não interessariam às gravadoras de origem. Um ótimo exemplo disto é o CD Todo o sentimento, com Elizeth Cardoso e Raphael Rabello. O disco é um primor. Elizeth era daquelas cantoras que dava um tom sagrado a tudo que cantava. Por isso, o apelido de A Divina. Acompanhada pelo violão de Raphael Rabello, as canções ganham um colorido de lirismo que emociona qualquer um. É daqueles discos que a gente não quer parar de ouvir nunca. Daqueles discos que a gente ajusta o aparelho na função repetir e esquece da vida. Esquece do mundo pra usufruir toda a magia que só a música pode nos proporcionar.

Eu não ousaria dizer que é o melhor disco de Elizeth, mesmo porque, sua discografia é tão extensa e tão cheia de clássicos definitivos, que este tipo de comparação não tem razão de ser. Pode não ser o melhor, mas é o disco que mais me emociona.


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