Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Desrespeitando um mito

Resisto bravamente a assistir a TV Globo. Aliás, já me prometi ver menos TV no ano que vem. Mas a TV Globo, essa, faz muito tempo que não vejo. Não suporto a maneira com que se tenta impor, direcionar, tutelar o telespectador da maneira que ela faz, através das novelas, dos telejornais, dos programas em geral.

Acontece que a Cecília veio nos dizer que iria passar um especial sobre a Elis Regina. Um especial com a Hermila Guedes, a atriz de O Céu de Suely fazendo o papel da cantora. Resolvemos assistir. Logo no começo do especial, a apresentadora nos promete um programa para quem não a conheceu, ficar sabendo quem foi Elis Regina. E para quem a conheceu, matar saudades. Não cumpriu nem uma coisa nem outra.

Como era de se esperar, a Globo conseguiu produzir um programa frio, pasteurizado, cheio de imagens desconectadas, cheio de buracos históricos, desprezando fatos importantes da carreira da cantora e salientando acontecimentos absolutamente dispensáveis. A sensação que deu foi de que alguém reuniu uma porção de arquivos sobre ela, que deviam estar jogados num canto, e deu pra algum estagiário fazer uma montagem.

É impressionante. Com toda a grana e poder que a TV Globo tem, certamente conseguiria produzir um programa muito mais rico e emocionante. Não. Teve aquele manjado sabor de pasta de dentes, como tudo que é produzido pela emissora.

A globo é foda!


4 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com você, absolutamente. A Globo se esmera na superficialidade, na concisão, na imagem/forma em detrimento da informação/conteúdo. Lamentável...!

Transversal do tempo
João Bosco & Aldir Blanc


As coisas que eu sei de mim
São pivetes da cidade
Pedem, insistem e eu
Me sinto pouco à vontade
Fechada dentro de um táxi
Numa transversal do tempo
Acho que o amor
É a ausência de engarrafamento

As coisas que eu sei de mim
Tentam vencer a distância
E é como se aguardassem feridas
Numa ambulância
As pobres coisas que eu sei
Podem morrer, mas espero
Como se houvesse um sinal
Sem sair do amarelo

Anônimo disse...

Não conheço tão a fundo a trajetória da Elis pra poder fazer uma análise como essa, mas eu gostei de ver o especial e adoro as músicas dela.
Desejo um ano novo cheio de luz, paz, saúde, $$$$, prosperidade e muito amor no seu coração.
Big Beijossssssssss

Vivien Morgato : disse...

Arnaldo, eu gostei do especial, apesar de tudo. Achei, entretanto, que o silêncio forçado sobre a causa da morte ficou meio bobo.

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Vivien,

Como eu disse, acho tudo que é produzido pela Globo, um tanto forçado. Sei lá. Seria tão mais fácil fazer uma coisa mais natural, mais informativa (falando, inclusive, sobre a causa da morte). A abordagem poderia ser mais rica e mais emocionante. Pode ser que eu estivesse esperando muito, já que a Elis foi, realmente, especial. Dava pra fazer melhor.