Isso era pra ser um comentário no blog do meu amigo Bruno Ribeiro, mas ficou tão grande que virou um post aqui no meu blog. Sendo assim, sugiro que, antes de continuar, dê uma olhada em seu texto da amizade de homens e mulheres pra depois voltar.
A princípio, sou meio avesso às generalizações, do tipo; todo argentino é assim, todo alemão é assado. Ou então, de frases que começam assim: O problema é que o brasileiro é.... São frases proferidas por brasileiros, que, evidentemente, nunca se incluem no problema, superiores que se enxergam. Da mesma maneira, tendo a rejeitar generalizações discriminatórias a respeito de pretos, de veados, de nordestinos, de ricos, seja a discriminação negativa ou positiva.
No caso de homens e mulheres, entretanto, sou obrigado a concordar que existem características claras que nos diferenciem, embora insista em identificar a individualidade de cada um, seja homem, mulher, criança.
Mas indo direto ao texto, achei um tanto simplista a análise do meu amigo. Acho que as mulheres são mais bem resolvidas que nós, os homens, apesar de todas as aparências. As mulheres são mais maduras e menos covardes que nós, que tendemos a só mostrar valentia quando ela pode ser exercida fisicamente. As mulheres tendem a ser mais honestas e transparentes e por isso, essa sensação de que são menos fiéis às amigas do que os homens entre eles.
Os homens que têm vontade de cantar a mulher do amigo, se não fazem isso é por covardia e não por lealdade. É por terem, mais arraigada a idéia de dominação e posse da mulher amada do que as mulheres. E o fato de parecer que haja mais mulheres “roubando” namorado das amigas do que o inverso é porque elas tendem mais à transparência. Minha sensação é que a balança está bem equilibrada nesta questão. Os homens, quando fazem isso (e fazem), são mais cuidadosos. Têm mais facilidade em escamotear.
Mas a questão que eu quero abordar é outra. Acho que toda esta conversa acaba revelando o quanto lidamos com o amor de forma possessiva. E isso vale pra homens e mulheres. Penso de outra forma. E minha forma de pensar, sei bem disso, quase não encontra eco. Quase ninguém concorda comigo. Felizmente, quem mais me interessa, pensa de forma similar. Pois eu acho que o amor não deve ser possessivo e não o sendo, não é exclusivista. Acredito, sinceramente, que assim como se pode amar mais de um filho, mais de um irmão, amar vários amigos, é possível amar mais de um homem, mais de uma mulher, ou ambos. Amar de formas diferentes, com intensidades diversas, enfim, simplesmente amar, sem condicionamentos.
Não estou falando só de sexo não. Restringir essa conversa a sexo é empobrecer o assunto. Estou falando de amar, mesmo. Gostar de estar com várias pessoas diferentes, não necessariamente ao mesmo tempo, querer compartilhar as sensações, sentir e matar as saudades, e, claro, fazer sexo. Amar uma pessoa é gostar de vê-la feliz, e, talvez, naquele momento, estar feliz não signifique estar ao nosso lado.
Sei, evidentemente, que essa forma de pensar não encontra adeptos tão facilmente e sei também, que não é uma coisa fácil de colocar em prática. Afinal, aprendemos, desde cedo, a amar de forma condicional. Amar sendo dono. Mas há tanta coisa em que a gente acredita e que não consegue ver colocada em prática. Tanta utopia. Esta é apenas mais uma. Pelo menos, a minha.
A princípio, sou meio avesso às generalizações, do tipo; todo argentino é assim, todo alemão é assado. Ou então, de frases que começam assim: O problema é que o brasileiro é.... São frases proferidas por brasileiros, que, evidentemente, nunca se incluem no problema, superiores que se enxergam. Da mesma maneira, tendo a rejeitar generalizações discriminatórias a respeito de pretos, de veados, de nordestinos, de ricos, seja a discriminação negativa ou positiva.
No caso de homens e mulheres, entretanto, sou obrigado a concordar que existem características claras que nos diferenciem, embora insista em identificar a individualidade de cada um, seja homem, mulher, criança.
Mas indo direto ao texto, achei um tanto simplista a análise do meu amigo. Acho que as mulheres são mais bem resolvidas que nós, os homens, apesar de todas as aparências. As mulheres são mais maduras e menos covardes que nós, que tendemos a só mostrar valentia quando ela pode ser exercida fisicamente. As mulheres tendem a ser mais honestas e transparentes e por isso, essa sensação de que são menos fiéis às amigas do que os homens entre eles.
Os homens que têm vontade de cantar a mulher do amigo, se não fazem isso é por covardia e não por lealdade. É por terem, mais arraigada a idéia de dominação e posse da mulher amada do que as mulheres. E o fato de parecer que haja mais mulheres “roubando” namorado das amigas do que o inverso é porque elas tendem mais à transparência. Minha sensação é que a balança está bem equilibrada nesta questão. Os homens, quando fazem isso (e fazem), são mais cuidadosos. Têm mais facilidade em escamotear.
Mas a questão que eu quero abordar é outra. Acho que toda esta conversa acaba revelando o quanto lidamos com o amor de forma possessiva. E isso vale pra homens e mulheres. Penso de outra forma. E minha forma de pensar, sei bem disso, quase não encontra eco. Quase ninguém concorda comigo. Felizmente, quem mais me interessa, pensa de forma similar. Pois eu acho que o amor não deve ser possessivo e não o sendo, não é exclusivista. Acredito, sinceramente, que assim como se pode amar mais de um filho, mais de um irmão, amar vários amigos, é possível amar mais de um homem, mais de uma mulher, ou ambos. Amar de formas diferentes, com intensidades diversas, enfim, simplesmente amar, sem condicionamentos.
Não estou falando só de sexo não. Restringir essa conversa a sexo é empobrecer o assunto. Estou falando de amar, mesmo. Gostar de estar com várias pessoas diferentes, não necessariamente ao mesmo tempo, querer compartilhar as sensações, sentir e matar as saudades, e, claro, fazer sexo. Amar uma pessoa é gostar de vê-la feliz, e, talvez, naquele momento, estar feliz não signifique estar ao nosso lado.
Sei, evidentemente, que essa forma de pensar não encontra adeptos tão facilmente e sei também, que não é uma coisa fácil de colocar em prática. Afinal, aprendemos, desde cedo, a amar de forma condicional. Amar sendo dono. Mas há tanta coisa em que a gente acredita e que não consegue ver colocada em prática. Tanta utopia. Esta é apenas mais uma. Pelo menos, a minha.
Aliás, existe um filme francês, muito legal, abordando este assunto. Marie-Jo e seus dois amores. Vale a pena assistir, mesmo discordando de mim.
9 comentários:
E quem disse que eu discordo? ;-)
Eu não discordo.Só não concordo, Arnaldo...ahhahh
Brincadeias à parte, tb não gosto de generalizações, mas minha experiência com amizades femininas e masculinas me fazem ver as coisas um pouco diferentes do meu querido Bruno.
( Em uma coisa generalizo sim: TODA mulher que conheco que diz "mulher não é verdadeira, mulher é falsa"...fatalmente é uma sacana, é uma mulher que eu nunca colocaria no meu rol de amigos.)
Voltando a sua concepção de amor...não acho impossível, acho inviável. Mas isso é pra mim, claro.
abç.
"No cinema e na televisão, amigos homens parecem ter sempre 14 anos de idade[...]fazem pactos secretos"
Acredito no equilíbrio (tanto faz lealdade entre homens/mulheres), mas as próprias mulheres admitem que amizade de homem é mais verdadeira.
Normalmente amizade de mulher com homem, sim, tende a ser mais pura: não há competições!
Toda forma de amor vale a pena sim, mas a exclusividade que ele exige de quem o sente é inevitável...
É complicado, tudo é relativo.
:-]
É isso o que eu quis dizer e a Vivien e Eli deixaram claro:
não acho que existe amizade "melhor" ou "pior", não acredito em generalizações, nem que os homens tenham mais caráter ou vice-versa.
Mas, para mim, é uma constatação de que as mulheres estabelecem entre si uma relação de desconfiança mútua e competição. Mesmo as amigas. Todas (eu disse todas) as minhas ex-namoradas e amigas dizem que não confiam 100% numa amiga mulher, de modo que preferem compartilhar certas coisas com amigos homens - se forem gays melhor ainda. Não acho que estou sendo preconceituoso ao dizer isto.
O que escrevi no meu artigo é que gostaria que as coisas fossem diferentes, que as mulheres fossem solidárias entre si ao invés de sempre se referirem umas às outras de forma pejorativa. Quantas vezes vocês não ouviram uma mulher dizer: "mulher é foda", "mulher é traiçoeira", "mulher é falsa", "mulher é invejosa", "mulher é vingativa". Todos esses adjetivos eu tirei de e-mails que recebi de amigas minhas, concordando com as idéias contidas no meu texto. E por quê isto acontece? É o que eu queria entender - daí as indagações do artigo.
Arnaldo, quantos homens você conhece que se referem de maneira depreciativa aos amigos (não falo da escrotidão típica masculina, da tiração de sarro)? Percebo que entre os homens existe um tipo de admiração e respeito mútuo que entre as mulheres não é tão evidente.
Não quero mal entendido: não estou dizendo que mulheres não podem ser amigas leais! A Vivien mesmo mostra que tem essa consciência, que sabe valorizar a pessoa independentemente de gênero, cor, classe social etc. Mas ela mesma admite que - palavras dela: "TODA mulher que conheço que diz "mulher não é verdadeira, mulher é falsa".
A pergunta é: por quê isto acontece entre elas e não entre nós? Por quê há essa tendência a depreciação mútua?
Abraços.
Bruno, tem mulher que pensa assim, com certeza. Eu não as escolho pra amigas, como já disse.
Eu confio e gosto de ter amigAs.
Quanto a homens falarem de homens,não é por nada não...mas eu já vi, e muitos.
Dá maneira mais torpe, aliás.
Torpe meeeesmo, nem vale dar exemplos. E não são poucos.
Só posso inferir, Bruno, que vc escolhe MUITO BEM os seus amigos...e que eu escolho MUITO BEM as minhas !!!!
beijão procês.
Arnaldo, obrigada pela visitinha na minha Casa.
Bruno, Eli e Vivien,
Entendo e até concordo com uma porção de coisas que vocês disseram aí. Mas continuo invocado com as generalizações. Aliás, gosto de pensar no ser humano como um bicho capaz de ser diferente, de fugir aos estereótipos, apesar da massacrante pressão que a mídia e o poder econômico fazem para evitar isso. O comportamento das pessoas está muito mais relacionada com a formação do que com o gênero, eu acho.
É isso Arnaldo!
Mas mesmo assim não fizemos alusão à generalização (pelo menos não foi a intenção)...
Desde o texto (q tbm gostei) do Bruno e do nosso comentáreio (Vivien e eu) dissemos sobre a questão do relativo, sem deixar o que é fato. Não é que nós aceitamos o fato como consumado e inalterado (generalizado).
As mulheres mesmas reconhecem que nem sempre é possível manter vínculos fortes e frequentes com outras mulheres...
Pensar numa forma de amor que vale por si só, independente de gênero, todos pensamos, mas sabe-se (e é o que vejo por aí) que existem diferenças ainda!
Abraço a todos! (Bá, um beijão!)
:-]
Assunto polêmico. Sempre que falam neste assunto me lembro de um amigo que satiriza:
[...depois de um homem apresentar sua namorada aos amigos, os amigos comentam "que legal, eu preciso arrumar uma mulher igualzinha a esta". Já quando uma mulher apresenta seu namorado às amigas elas comentam "droga eu preciso arrumar ESTE homem para mim"...]hehehe
Calma, eu não disse que concordo.
Eu concordo que não podemos a partir de casos que conhecemos tirar uma conclusão generalizada do individuo. Acho que cada um pensa e age de um jeito. Até por isso acho utópico o amor ser encarado por todos como é encarado pelo meu tio, sem ser possessivo. Como ele disse, acho que a formação das pessoas não permite esse amor meio que "liberal".
abraços
Pois é Cauê,
É utópico sim. Mas muitas vezes é preciso acreditar e até buscar alguma utopia.
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